Ou
sou do papel ou quando a inspiração vem não tenho acesso ao computador. Hoje,
tudo é computador. Quero me divertir: computador. Preciso trabalhar:
computador. Vou namorar: computador. Tenho que estudar: computador.
O
papel, esse foi abandonado. Quase não se usa. Seu uso é comparável a um pecado.
A sustentabilidade é uma religião. E a Terra o seu deus. Gaia. 1992.
Gosto
dessas relações. Começo relatando meu problema de inspiração ao computador e
chego no Rio de janeiro dos eventos climáticos e ambientais.
Sou
de uma geração que ainda tem – carrega consigo – uma grande familiaridade com o
papel. Mesmo diante do computador precisa de uma folha de papel do lado para
tomar notas. Seja tarefas, fazer contas rápidas, anotar números de telefone ou
frases a serem usadas – ou quase nunca são – em relatórios. E, às vezes, o uso
não é pouco. Textos inteiros são feitos usando uma folha de papel.
É
flertar com o futuro e com o passado, enquanto passa o tempo, como dizia
frequentemente o filósofo Cazuza.
Para
outros o computador chegou para substituir o papel. Menos árvores cortadas.
Melhor para o meio ambiente. O computador, promove desenvolvimento tecnológico,
controla diversas máquinas, impulsiona a economia e a produção. As fábricas se
tornam mais modernas, mais tecnológicas, produzem mais. Pior para o meio
ambiente.
O
computador é a faca de dois gumes da sociedade contemporânea.
O
papel um viajante do tempo, humilde, simplório, mas útil naquilo que se propôs
a fazer.
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