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terça-feira, 9 de outubro de 2018

Homem-Animal: O evangelho do Coiote [Graphic Novel]


O Homem-Animal (A-man ou Animal Man, em inglês) é o alter ego de Buddy Baker, um ator, com algum sucesso, que vive com sua esposa e seus dois filhos em uma casa confortável na Califórnia.
O super-herói tem poderes de animais, ele consegue pressentir e utilizar as habilidades daqueles animais que estão próximos. Ele realmente empresta as habilidades desses seres.
Essa Graphic Novel reúne em 252 páginas as edições 1 a 9 de The Animal Man escritas por Grant Morrison e com arte de Chaz Truog, Doug Hazlewood e Tom Grummett. A edição foi lançada pela Editora Panini em dezembro de 2015 no Brasil.
A primeira edição, ao contrário do que muito se faz no início de alguma série de quadrinhos, não mostra como Buddy conseguiu seus poderes, pelo contrário, já mostra uma aplicação rotineira dos mesmos.
Em todo início de história, após cada capa original, há uma frase de efeito que tem grande relação com a atmosfera da HQ. A primeira chama realmente a atenção:

“ Me sinto um ator que pôs os pés no palco errado”

Apesar de ser um quadrinho publicado pela Vertigo o personagem teve suas origens na DC Comics. Porém, o Homem-Animal é tido, muitas das vezes, como um personagem B da editora, ficando à parte do universo dcnauta, só que Morrison, de maneira bem sutil, coloca o herói dentro do universo quando há uma aparição de um diálogo entre Baker e o Superman.
A história principal desse arco gira em torno da captura por cientistas de um macaco fêmea considerada o elo perdido entre os símios e os seres humanos. O sumiço da primata faz com que o Deus Branco entre em fúria e vá em busca do animal. É nessa busca que o Deus Branco e o Homem-Animal se defrontam.


Outras histórias são incluídas nessa Graphic Novel, uma delas é que nomeia essa edição. Nessa história um coiote defronta Deus e acaba no mundo real com uma maldição que para muitos seria uma benção.
A atmosfera é fantástica nesse quadrinho, o bizarro e o maravilhoso, amor e ódio, paz e tormenta andam juntos e se complementam, fazendo com que seja uma das histórias mais bem escritas que já li. E se tratando de Grant Morrison, já era de se esperar que fosse.


Nas histórias do Homem-Animal sempre há um quê de proteção ao meio ambiente e a relação que nós humanos temos ou deveríamos ter com o meio que nos cerca. Em frases como: “Receio que os humanos não entendam quanto este planeta é precioso” fica marcada profundamente e martela em nossa mente a necessidade de olhar para o mundo e ter a noção de que ele vem sido desgastado por nós, muitas das vezes sem percebemos.

“E no fim só uma coisa importa, a performance”

Até!