Ariano Suassuna, incrível autor e pensador
brasileiro, nos apresenta nesse livro uma peça em forma de auto, ou seja uma
composição teatral dramática simples e curta, com rudimentos de narrativa
cômicos e que tentam atingir aspectos da moralidade do ser humano, publicada em
1955 e primeiramente encenado em 1956 em Recife, Pernambuco e contou com duas
adaptações originalmente produzidas para o cinema: A Compadecida (1969) e Os
Trapalhões no Auto da Compadecida (1987) – Em 1999, a Rede Globo apresentou a
minissérie O Auto da Compadecida que ficou mais conhecida também, entre outros
fatores, pela sua edição para o cinema em 2000.
O livro/peça relata um evento ocorrido no
Nordeste do Brasil misturando cultura popular da região e a impregnada tradição
religiosa: Um cangaceiro famoso da região invade uma pequena cidade do interior
nordestino, uma verdadeira carnificina ocorre fazendo com que várias pessoas
cheguem ao momento do juízo final, onde
ficamos cara a cara com o diabo (o promotor de acusação), Jesus (o juiz) e a
advogada de defesa Maria, mãe de Jesus.
O livro nos ganha pela grande crítica a
uma sociedade machista e capitalista, que visa apenas o bem de si e não o da
comunidade. Critica também a corrupção que se encontra em todas as esferas, até
mesmo dentro da igreja, onde seus líderes muitas das vezes fazem até enterros
de cachorro em latim em troca de uma boa quantia de dinheiro.
Os personagens são riquíssimos onde temos
destaque para Chicó e João Grilo, amigos inseparáveis que se metem em cada
enrascada, mas conseguem se desvencilhar com maestria e muita sabedoria (muitas
das vezes sabedoria não tem nada a ver com inteligência).
Em 1962, foi considerado por Sábato
Magaldi como “o texto mais popular do moderno teatro brasileiro”.
Este livro é leitura obrigatória para
todos aqueles que gostariam de saber mais sobre a literatura brasileira ou
mesmo ler uma excelente obra cômica muito inteligente.
Leiam
e se divirtam. Até!
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