O título desse texto é bem démodé mesmo. Inúmeros autores/artistas já falaram sobre isso. Não que me considere um autor ou artista, mas hoje chegou a minha vez. Vivemos à beira do caos.
Por
mais que a nossa vida seja organizada. Cheia de listas, trackers,
agendas, alarmes no celular, planners, entre outras bugigangas
utilizadas para se organizar o tempo, haverá um momento em que ela pode
descambar para um ponto que você nem esperava.
É
algo bastante atrelado ao que falo sobre o “não vai acontecer comigo”. Ou como
o dito popular “pra morrer, basta estar vivo”. Não sabemos a hora, a ocasião,
ou mesmo os eventos que impiedosamente nos levariam para lá, mas existe um
ponto (ou vários) em que nossa vida sai dos trilhos e nos deparamos no caos,
somos arremessados e caímos da maneira mais bizarra e incrédula possível.
Basta
estar tudo bem para que as coisas desandem. A vida é como uma corda esticada
ligando dois pontos. O início e o fim. Só que o que a gente, muitas das vezes
não ver (ou não quer ver), é que as extremidades da corda estão amarradas entre
dois arranha céus, ou para a imagem mental ficar mais bonita, entre duas
montanhas imensas. Nós somos como um equilibrista vendado que se encarrega de
atravessar à vida, flertando com o perigo, muitas vezes sem saber que ele está
ali.
É
uma doença que surge do nada. É um acidente no trânsito ou no trabalho. Um
assalto. Uma chuva que cai e que molha os papéis do seu trabalho. Enfim, são
tantos eventos que agem como o vento, naquele equilibrista, tiram ele de rota
e, se a venda cai ou ele milagrosamente recupera a visão, vê a queda diante
dele e apesar de todo o seu esforço, vai cair.
Pode
se salvar? Pode. Nós podemos e o fazemos todo dia. Algumas vezes são
acontecimentos ex machina, outros dependem de nosso esforço em se
contorcer e segurar a corda. Talvez eu seja um sujeito pessimista e vejo a vida
como o copo meio vazio, para outros a possibilidade do descarrilhamento
iminente é o que torna a vida digna de ser vivida.